segunda-feira, 21 de janeiro de 2013


Trabalho de Formiguinhas

Texto: Bióloga, Professora da RME, Interlocutora do PróSinos  Débora Cristina Schilling Machry

Sustentabilidade, tem tudo a ver com educação, é trabalho de formiguinhas.
Em 1955 Henrique Luiz Roessler, criou na sua casa a UPN (União Protetora da Natureza). Considerava fundamental a adesão de parceiros na luta pela manutenção do equilíbrio nos ecossistemas, nas ações individuais e coletivas.   Roessler, gestor ambiental era um apaixonado defensor da vida em sua plenitude, combatia maus tratos, pesca predatória, contaminação das águas entre outras maldades contra o ambiente. Sua visão para época era muito contraditória, afinal na escola das décadas de 50, 60 se aprendia que era possível explorar os recursos naturais sem limites : havia muita água, muitas árvores, não havia tanta automação, consumismo exagerado, derivados de petróleo como existem hoje em dia. Como uma formiguinha, Roessler, funcionário público, denunciava e divulgava os crimes ambientais na imprensa e para população.   Hoje, por seu esforço Henrique é considerado uma “Formigona”.
Hoje, UPAN (1987), é atuante e contribui com ações socioambientais sustentáveis no Vale dos Sinos. Suas práticas desenvolvem projetos baseados na indagação crítica e o desenvolvimento responsável do espírito consumista.
Na escola o empenho interdisciplinar necessita de iniciativas, engajamentos e parcerias que venham a se somar às agendas 21 do trabalho pedagógico. Caso contrário, o professor e os educandos se sentem “ilhados”, sozinhos, pois atuam como “ formiguinhas sem “uma referência significativa”. Alguns “quebra-cabeças” das aprendizagens ficam sem solução quando falta envolvimentos com a comunidade ou a família não ajuda nas resoluções. Os “problemas” não são contextualizados por isso ficam longe de soluções sustentáveis. Para esta provocação escolar é  imperativa a participação ativa dos responsáveis. Para ajudar a escola nesta responsabilidade socioambiental dos educandos, a equipe gestora pode organizar  parcerias e oferecer  palestras, oficinas, debates, saídas de campo, sobre temas atuais como saúde, sustentabilidade, agenda 21, sexualidade e violência. Desta forma estreitamos as relações entre familiares, comunidade, escola... A conseqüência aparece dentro e fora da sala de aula, os estudantes ficam mais disciplinados, com melhores índices de aprendizagem, com auto-estima, menos egoístas, mais cúmplices e companheiros.
O uso de bens naturais será sustentável pois esta geração de educandos irá transformar sua realidade respeitando as relações dentro dos ecossistemas para futuras famílias.
 Assim conseguiremos gerir nossas vidas pensando de forma integrada, agindo com consciência, cidadania.